sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Sobre a saudade.


De repente parece que todo e qualquer resquício de juízo é corroído. De repente parece que a vontade de sorrir passa e o tédio chega tomando conta de absolutamente tudo ao redor. É um sentimento ruim, uma dor chata que vai direto no peito e lá faz residência. Assim como dói a saudade, talvez, doa ainda mais, a presença distante, por qualquer que seja o motivo. Saudade é coisa que se sente ainda que perto, é um estado de espírito. Tem gente com oceanos entre si que se sente próximo. Tem gente que sem espaço algum entre os corpos sente o peso da ausência. As vezes é só a carcaça ocupando espaço, carne densa no lugar da alma. As vezes são só olhos, sem olhar algum que faça acalmar e aninhar alguém. Nesses casos a boca não fala, os dentes não se mostram naquela curva bonita que chamam de sorriso. Toque não há. É tudo vazio. Saudade é coisa que amortece. É perna quebrada, coração arranhado e olho com lágrima. 

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