Eu não sei se
o meu intuito era o de escrever sobre ‘amor’. Mas no final das contas, em 96%
dos casos, é do que eu falo. Queria dizer que acho esse negócio de amor uma
coisa um tanto louca. Louca mesmo, sem pé nem cabeça. Sem começo, meio e fim –
como é um ciclo normal. É um negócio que surge e fica – e te rege como quem
manda sem te dar nenhum direito a qualquer tipo de resposta. E pior: nos
conformamos com isso. Achamos lindo.
Continuo
sem saber por que estou falando disso. Mas ok, sigamos.
É um processo
doloroso no começo, sabe? Porque as pessoas não aceitam o amor de primeira. E
as vezes é muito difícil fazê-las se sentirem amadas. As vezes as pessoas
rejeitam o que é bom, mesmo quando a recíproca é verdadeira. E você fica se
perguntando por que, mas elas são assim. (Essa é outra coisa complicada de
entender). É como se dificultar o processo o tornasse melhor e mais válido. Eu
já tentei entender isso algumas vezes, mas desisti, finalmente.
Gostar
muito de alguém é, inicialmente (ou não), um masoquismo. Mas com muita
paciência e uma ajudinha do destino, de todos os santos, das estrelas, do mar e
da lua, no final, vale a pena. É uma ‘dor’ que todo mundo passa porque tem que
passar mesmo. É coisa que faz se sentir vivo, sabe?
Há
um tempo esse negócio se apossou de mim. De repente fiquei cega, perdi a noção
de muita coisa (inclusive do ridículo e do bom senso) e achava que no meio
dessa loucura toda, eu tinha me perdido – mas eis que havia acabado de me
encontrar.
O
amor também tem disso: de contradizer falas, tem disso de te desmentir pra si
mesmo e, subitamente, você se pega tentando se sabotar... Dando desculpas
(esfarrapadas pra si). Quando eu disse que achava o amor uma loucura, eu tinha
motivos pra isso.
Diagnosticar
o início desse sentimento não é coisa de outro mundo, já o próprio amor o é.
Inicialmente você entra num estado de demência. Você se perde no tempo, sorri
pra árvore, pra parede, pro ventilador... De vez em quando conversa consigo no
espelho imaginando o que dizer ao outro e pior: pratica isso como um teste
teatral.
É
um negócio que te faz isso tudo, mas também te faz sorrir. Ver a pessoa amada é
um mecanismo pra mostrar os dentes e esticar a horizontalidade da boca. É uma
taquicardia saudável, uma falta do que falar constrangedora e feliz. Eu não
saberia precisar exatamente.
Sei
que é bom. Eu estava tentando explicar o que eu acho que é e dizer o quão
confortador é ter um amor, mas não vou conseguir descrever isso... Porque essa
também é uma das loucuras do amor: a indefinição. Comecei a me perder nessas tentativas todas,
mas tenho motivo... Estou num estado de demência, com taquicardia constante e
esticando a horizontalidade da boca frequentemente.
15.10.2014
Carolina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário