quinta-feira, 19 de junho de 2014

Tudo mentira.

Minha Nossa Senhora
Diga a ele que já é hora
Que o tempo não vai voltar
Que a tendência é desgastar
E o gasto não torna.

Diga que o que eu sinto é de verdade
Mas que se for pra ficar na saudade
É melhor parar -  se parar fosse uma opção a se acatar
Mas não é.

Diga a ele que abra os olhos e veja
Que eu não estaria de pé, esperando, cansada
Que eu não daria meu coração assim, de bandeja
Se eu não sentisse nada. Ou muito pouco.

Diga que meu silêncio é por não saber o que dizer
Que achei que não, mas meu dicionário acabou
Diga que tô pedindo por atenção
Sem rima, sem métrica e, agora, sem pretensão

Diga que eu queria ser fortinha pra dizer ‘não’.
Que já deveria ser uma ‘mocinha’, com orgulho ferido
[vencido, vencida, convencida, muito mulher, ainda menina]
Mas que começo a me xingar quando a mente sugere o esquecimento


Diga que o que (ainda) sustenta minhas pernas é amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário